A Redação

 

Goiânia – A Associação Brasileira de Limpeza Pública (ABLP) denuncia a continuidade de um crime ambiental na cidade de Padre Bernardo, em que um lixão irregular estaria recebendo resíduos sólidos da região, inclusive do Distrito Federal. Segundo o advogado Gáudio Fleury, diretor regional da ABLP, o aterro é particular e alvo de denúncias por parte de órgãos ambientais pelo menos desde 2016. Mais cedo, nesta quarta (18/6), parte do solo cedeu no local pelo peso do lixo acumulado.

 

De acordo com Gáudio Fleury, o descarte irregular ocorre com amparo de uma liminar, “decisão esta que é provisória e que se baseia em questões processuais e não técnicas”. A operação do lixão estaria “causando danos ambientais irreversíveis e colocando em risco a saúde pública da população da região”, afirma.

 

Ainda segundo o advogado, o descarte irregular no local contraria diretrizes ambientais e não possui respaldo técnico para continuar em funcionamento. “A decisão judicial não legalizou o empreendimento”, conclui.

 


Advogado Gáudio Fleury (Foto: reprodução)




Chamado Ouro Verde, o aterro argumenta na Justiça também desde 2023 que possui as licenças necessárias para funcionar. Na época, a Justiça chegou a suspender as atividades em maio, mas a administração conseguiu obter em setembro uma decisão liminar para continuar em operação até o final do julgamento. Em março deste ano, a Justiça chegou a suspender as atividades no local novamente, o que depois foi provisoriamente reveritdo.

 

A paralisação foi resultado de ação conjunta do Ministério Público de Goiás (MPGO) com o Ministério Público Federal (MPF) após uma vistoria detectar chorume a céu aberto em local de preservação. O MPGO acompanha o imbróglio ambiental na região desde 2016.

 

Entre as denúncias contra o local, pesa um parecer do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que multou o aterro e aponta invasão da Área de Preservação Ambiental do Rio Descoberto, com contaminação do lençol freático e erosão pelo chorume. Outra preocupação é que é a água da região do Rio Descoberto que abastece 60% do DF. Em 2023 e 2024, novas vistorias do ICMBio, do MPGO, do MPF e da Universidade de Brasília (UnB) também constataram indícios de crimes ambientais graves e contaminação do solo.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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