Uma série de sete explosões, incluindo quatro ataques com carros-bomba, sacudiu Cali e cidades vizinhas no oeste da Colômbia nesta terça-feira, intensificando a crise de segurança no país. Os atentados, que tiveram como alvo áreas próximas a delegacias, resultaram em pelo menos uma morte e elevaram a tensão sobre o governo de Gustavo Petro.
Os ataques ocorrem poucos dias após o atentado contra o senador Miguel Uribe, baleado durante um comício em Bogotá. Uribe, que é cotado como possível candidato à Presidência em 2026, permanece em estado grave após passar por cirurgias na cabeça e perna. O incidente gerou forte comoção e preocupação com a escalada da violência política.
As explosões com carros-bomba foram registradas nos municípios de Jamundí e Corinto, no departamento de Valle del Cauca, região onde Cali é a capital. A área é conhecida pela presença de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que mantêm confrontos com o governo. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas as autoridades investigam possíveis ligações com facções armadas que se opõem aos acordos de paz.
Apesar da gravidade da situação, o presidente Gustavo Petro não mencionou os atentados em seu pronunciamento público. Em vez disso, usou as redes sociais para defender sua legitimidade eleitoral e criticar a oposição por supostamente explorar politicamente o ataque a Uribe. “Fui eleito democraticamente”, declarou Petro, reiterando seu compromisso com a “paz e a justiça social”.
A oposição, por sua vez, acusa Petro de acirrar o clima de hostilidade no país. Parlamentares argumentam que a retórica do presidente alimenta tensões e enfraquece a autoridade do Estado em regiões dominadas por grupos armados. A sequência de atentados reaviva o trauma dos anos 1980 e 1990, quando assassinatos de líderes políticos marcaram a história colombiana, e aumenta a pressão sobre o governo por respostas eficazes.
Fonte: http://revistaoeste.com