O incêndio subterrâneo iniciado em 1962 transformou Centralia em uma cidade-fantasma, forçou a evacuação de seus moradores e ainda deve continuar queimando por mais dois séculos.

Um incêndio subterrâneo iniciado em 1962 por uma queima de lixo mal calculada transformou Centralia, na Pensilvânia (EUA), em um dos maiores desastres urbanos provocados pelo homem. Na véspera do Memorial Day, feriado nacional, funcionários municipais atearam fogo a detritos em um antigo aterro sanitário, sem saber que logo abaixo havia túneis de uma mina de carvão abandonada. As chamas se alastraram pelo subsolo e deram início a um fogo invisível que jamais seria contido. A cidade, que já abrigou mais de 1.200 pessoas, foi evacuada nas décadas seguintes — restam hoje apenas cinco moradores em meio a ruas vazias, crateras abertas e fumaça tóxica.

O governo dos EUA gastou mais de US$ 40 milhões em tentativas frustradas de conter o fogo e realocar os residentes. Ao longo dos anos, o solo rachado engoliu casas, emitiu gases venenosos e causou traumas profundos, como o de um garoto que quase foi tragado por uma fenda incandescente em 1981. A história de Centralia ganhou repercussão internacional e serviu de inspiração para o filme de terror Silent Hill, lançado em 2006. Hoje, a cidade virou símbolo de desastre ambiental e resistência, atraindo visitantes interessados em seus resquícios fumegantes e na famosa “Graffiti Highway”, uma rodovia coberta por arte urbana que marca as cicatrizes de um lugar condenado a queimar por, possivelmente, mais 200 anos.

Foto: David DeKok/Centralia Photo Archive

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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