Durante coletiva de imprensa conjunta com o presidente Lula, nesta sexta-feira (7), em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron assumiu uma postura firme ao tratar do conflito entre Rússia e Ucrânia. Macron afirmou que os dois países “não podem ser tratados em pé de igualdade” e defendeu que grandes potências globais aumentem a pressão sobre Moscou.
“Americanos, brasileiros, chineses, indianos – devemos todos fazer pressão sobre a Rússia”, disse Macron, sugerindo que esse movimento internacional pode acelerar o fim da guerra e contribuir para uma “paz robusta”.
A fala marcou uma divergência pública com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antes havia reiterado a posição brasileira pela solução diplomática do conflito e demonstrado preocupação com ações militares da Ucrânia, como o ataque recente a um campo de aviação na Rússia, mesmo em meio às negociações em Istambul.
“Quando os dois [Rússia e Ucrânia] quiserem negociar a paz, o Brasil, junto com a China, estará disposto a contribuir”, declarou Lula, reforçando que as decisões sobre o fim da guerra devem partir das partes envolvidas.
Lula também criticou o papel da Organização das Nações Unidas, dizendo que o organismo está “politicamente enfraquecido” e tem pouca capacidade de intervir efetivamente em guerras como a do Leste Europeu.
Já Macron respondeu afirmando que “a melhor orientação são ideias simples” e defendeu que o multilateralismo, promovido pelo Brasil, deve ser entendido como compromisso com a Carta das Nações Unidas — que, segundo ele, está do lado da Ucrânia.
O contraste entre os dois líderes expõe diferenças na abordagem da crise ucraniana e evidencia os desafios da diplomacia global diante da guerra mais longa da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta notícia do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.