Pesquisa australiana alerta para a contaminação por microplásticos gerada em um hábito doméstico comum

A máquina de lavar louça pode ser uma fonte oculta de poluição por micro e nanopartículas plásticas. Um estudo da Universidade de Queensland descobriu que a lavagem de recipientes e utensílios plásticos nesses eletrodomésticos libera centenas de milhares de fragmentos a cada ciclo, contribuindo para a contaminação da água e do meio ambiente.

Pesquisadores analisaram o impacto da limpeza mecânica em plásticos domésticos, submetidos a temperaturas de até 70°C, combinadas com ação química e abrasiva. Os resultados, publicados na revista ACS ES&T Water, indicam que uma única lavagem com carga completa pode desprender cerca de 920 mil partículas microscópicas. Em escala global, isso representaria até 33 milhões de fragmentos por residência anualmente.

Apesar do volume expressivo, a massa total de plástico liberada é relativamente pequena – equivalente a 6 miligramas por pessoa ao ano, ou um quarto do peso de um grão de arroz. No entanto, o acúmulo dessas partículas preocupa, já que podem persistir no ambiente e afetar ecossistemas.

Elvis Okoffo, pesquisador da Queensland Alliance for Environmental Health Sciences, ressalta que mesmo ações cotidianas aparentemente inofensivas têm impacto cumulativo. O estudo sugere que fabricantes desenvolvam plásticos mais resistentes à degradação durante a lavagem e que as máquinas sejam equipadas com filtros capazes de reter partículas antes que cheguem ao esgoto.

A adoção de soluções simples, multiplicada em milhões de lares, poderia reduzir significativamente a poluição plástica global. Enquanto isso, consumidores podem optar por alternativas como vidro ou aço inoxidável, minimizando a liberação de microplásticos.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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