Em 2024, o mundo enfrentou um aumento alarmante na perda de cobertura florestal, com incêndios florestais superando a agropecuária como a principal causa de destruição. Dados da Global Forest Watch revelam que o Brasil, detentor da maior área de floresta tropical, foi responsável por 42% da perda global de florestas primárias. Este fenômeno é atribuído a um aumento catastrófico de incêndios, exacerbados por secas severas e condições climáticas extremas.
Incêndios e doenças respiratórias
Os incêndios florestais têm consequências diretas e severas para a saúde pública. A queima de grandes áreas libera poluentes como dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono, que comprometem a qualidade do ar. Esses poluentes irritam as vias respiratórias e podem agravar doenças existentes, além de facilitar o surgimento de novas condições respiratórias, especialmente em populações vulneráveis.
A fumaça gerada pelos incêndios pode alterar a microbiota do trato respiratório, enfraquecendo as defesas naturais do organismo. Isso torna as pessoas mais suscetíveis a infecções por vírus e bactérias que antes não causavam doenças respiratórias. Além disso, a destruição de habitats naturais aumenta o contato entre humanos e animais silvestres, potencializando o risco de zoonoses, que podem impactar a saúde respiratória.
Diante deste cenário, especialistas alertam que a continuidade dessa tendência de perda florestal pode resultar em um ciclo de feedback perigoso, intensificando as mudanças climáticas e aumentando a frequência de incêndios. É essencial que os países adotem medidas rigorosas para proteger as florestas e a saúde pública. A próxima Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá no Brasil, representa uma oportunidade crucial para colocar a proteção florestal em destaque nas agendas globais.