A esporotricose, uma infecção fúngica de origem ambiental ou
animal que atinge gatos e humanos – com alguns casos já
confirmados em Umuarama –, foi tema de capacitação para agentes
de combate a endemias (ACE) da Secretaria Municipal de Saúde na
última semana, no anfiteatro da Prefeitura.
Caracterizada por lesões cutâneas causada por fungos do gênero
Sporothrix, a doença pode ser transmitida para humanos se houver
contato com os ferimentos. Por ser uma doença de notificação
compulsória, pelo menos cinco casos de esporotricose humana e 13
casos em gatos foram registrados em Umuarama, nos últimos três
anos.
“O treinamento é importante para que os ACE, que visitam as casas
todos os dias, possam orientar os moradores sobre a doença, que está
acometendo muitos felinos. Por se tratar de algo novo, que não se
ouvia falar aqui no município, muitos ainda desconhecem a doença e
podem conviver com ela sem saber”, explicou a coordenadora da
Vigilância Ambiental, Regiani Santos.
A transmissão ocorre pelo contato do fungo com a pele ou mucosas em
ferimentos, associados a traumas com material vegetal ou solo
contaminado, e também pode ocorrer a transmissão zoonótica, onde a
principal fonte de infecção é o gato doméstico. Para humanos, a
transmissão ocorre pelo contato direto com as lesões, arranhaduras
ou mordeduras de animais infectados. As lesões surgem como áreas
avermelhadas no local do ferimento, podendo se disseminar para outras
áreas da pele.
CONTÁGIO
A principal forma de contaminação do gato doméstico é através de
brigas e traumas com animais contaminados e no acasalamento. O gato
também pode ser infectado através do ambiente contaminado. No
animal a doença apresenta nódulos e úlceras (lesões) na região
da cabeça, cauda e patas, podendo progredir para o restante do
corpo.
O diagnóstico é feito com o reconhecimento médico da lesão e
confirmado pela identificação laboratorial do fungo ou a partir de
critério clínico epidemiológico (vínculo com o animal doente).
Para o tratamento da esporotricose humana, os esquemas terapêuticos
utilizam medicamentos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). Em estágios mais avançados, com múltiplas e graves lesões
causadas pela doença, é necessário um acompanhamento criterioso
pelo médico.
Gatos contaminados devem ser acompanhados por um médico veterinário.
Em casos graves a doença pode levar o animal à morte. O tratamento
deve ser completo e sem interrupções, para que se alcance bons
resultados tanto no homem quanto nos animais.