Os aparelhos emitem benzeno, um potente cancerígeno. A exposição varia consoante a ventilação e outros fatores, mas não existe um nível seguro. O risco de cancro duas vezes maior em crianças do que em adultos.

Fogões a gás → libertam benzeno cancerígeno

  • Risco de cancro duas vezes maior em crianças do que em adultos
  • Poluem mesmo quando estão desligados
  • Emitem também monóxido de carbono e óxidos de azoto
  • Algumas cidades já restringem novas instalações a gás
  • Transição para eletricidade impulsionada por códigos energéticos
  • Benzeno e amianto: tóxicos silenciosos dentro de casa

 

Fogões a gás aumentam o risco de cancro, sobretudo em crianças

Um novo estudo realizado por investigadores das Universidades de Stanford, Califórnia-Berkeley e outras instituições confirmou um dado preocupante: os fogões a gás natural aumentam o risco de cancro, especialmente nas crianças, o grupo mais vulnerável.

O benzeno, composto classificado como cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde, foi detetado em níveis alarmantes em casas com fogões a gás.

O mais preocupante é que este gás tóxico é libertado mesmo com o fogão desligado.

Este estudo reforça investigações anteriores que já haviam identificado emissões de monóxido de carbono e óxidos de azoto, ambos associados a doenças respiratórias e cardiovasculares.

O inimigo invisível em casa

Segundo os resultados, o risco de cancro derivado do uso de fogões a gás é quase o dobro nas crianças, devido ao seu menor tamanho corporal, maior frequência respiratória e proximidade às fontes de emissão durante a preparação das refeições.

Alguns estados dos EUA já começaram a agir. Nova Iorque definiu que todos os edifícios novos devem ser totalmente elétricos. Na Califórnia, as normas energéticas estão a ser atualizadas para promover edifícios sem ligação a gás.

Contudo, há resistência política. Alguns legisladores tentam eliminar incentivos fiscais para eletrodomésticos eficientes, enquanto outros, como o governador da Califórnia, recusam propostas para aplicar advertências sanitárias nos fogões a gás.

Qual a gravidade do problema?

Os investigadores mediram emissões de benzeno em 87 habitações e modelaram a sua dispersão em diversos tipos de casas.

A conclusão é clara: não existe nível seguro de exposição ao benzeno.

O limite comummente aceite é que não mais de 1 pessoa por milhão desenvolva cancro após 70 anos de exposição. No entanto, as concentrações encontradas excedem largamente esse valor.

Substituir os fogões a gás: um passo essencial

  • Melhora a qualidade do ar interior, reduzindo riscos para a saúde.
  • Diminui o uso de combustíveis fósseis, apoiando a descarbonização.
  • Facilita a integração de energias renováveis (solar, eólica) nos edifícios.
  • Previne futuras crises de saúde pública associadas a químicos como o benzeno e o amianto.
  • Promove um modelo energético limpo e descentralizado, mais resiliente a emergências.

A evidência científica é inequívoca: o futuro das cozinhas sustentáveis é elétrico, saudável e livre de tóxicos.

 

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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