Moradores do Condomínio Cecília Nitz, localizado no bairro Martinelli, em Colatina, entraram em contato com a redação do ES Fala para denunciar um problema recorrente que tem afetado diretamente a saúde e a qualidade de vida das famílias que vivem no local.

Segundo relatos, uma empresa situada ao lado dos prédios — identificada pelos moradores como um ferro-velho — estaria emitindo fumaça densa até três vezes por semana. A fumaça, segundo os denunciantes, invade os apartamentos e provoca grande desconforto, especialmente entre moradores mais vulneráveis, como crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

SIGA O INSTAGRAM DO PORTAL DE NOTÍCIAS ES FALA: @esfalaoficial

“É muito difícil conviver com isso. Temos que manter tudo fechado dentro de casa, e mesmo assim a fumaça entra e incomoda. Tem gente com asma, tem bebê, tem idoso aqui dentro. Isso não pode continuar assim”, relatou uma das moradoras afetadas.

Ainda segundo os relatos, o problema é semanal e já se arrasta, sem qualquer sinal de fiscalização ou providência por parte das autoridades. Os moradores estão pedindo ação urgente por parte dos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária e ambiental, para que seja realizada uma vistoria no local e adotadas as medidas cabíveis.

Crianças, idosos e pessoas com comorbidades são as mais vulneráveis; especialistas alertam para riscos a curto e longo prazo

A exposição à fumaça representa um problema de saúde pública, especialmente para crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite.

A fumaça contém partículas tóxicas como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, ozônio e material particulado fino (MP2,5), que penetram profundamente nos pulmões e podem atingir até mesmo a corrente sanguínea. A inalação dessas substâncias provoca irritações nos olhos, nariz e garganta, piora quadros alérgicos e pode desencadear crises respiratórias severas.

ACOMPANHE O PORTAL ES FALA TAMBÉM PELO FACEBOOK

Fumaça causa problemas respiratórios/Redes sociais

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os efeitos da fumaça vão além dos sintomas imediatos. A exposição frequente pode aumentar os casos de pneumonia, infecções pulmonares, além de agravar doenças cardiovasculares e comprometer o desenvolvimento pulmonar de crianças.

A médica pneumologista Dra. Ana Lúcia Ribeiro, explica que “a poluição por fumaça de queimadas age de forma silenciosa, mas contínua, provocando inflamação nos brônquios e sobrecarregando o sistema imunológico. Em pessoas já debilitadas, pode levar a hospitalizações e, em casos extremos, até à morte”.

Além dos impactos à saúde, a fumaça afeta a qualidade de vida, obrigando famílias a manterem portas e janelas fechadas mesmo em dias quentes, dificultando a ventilação dos ambientes. Muitas vezes, o cheiro forte e persistente da queima de resíduos impede até mesmo o descanso noturno, gerando estresse e fadiga.

A legislação brasileira proíbe queimadas urbanas, mas a fiscalização ainda é falha em muitos municípios. Especialistas defendem a ampliação de campanhas de conscientização e medidas mais rígidas para conter a prática, que além de prejudicar o meio ambiente, afeta diretamente o bem-estar e a saúde coletiva.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *