Por Angela Fernanda Belfort e Patrícia Raposo
O Porto de Suape vai receber uma nova planta de e-metanol. Embora o assunto esteja guardado sob sigilo, será anunciada, nos próximos dias, esta nova fábrica que vai se instalar no complexo industrial portuário. A empresa à frente do negócio atua na área de energias renováveis e este novo empreendimento pode consolidar Suape como um polo de transição energética produzindo combustíveis sustentáveis que apontam para o futuro.
Será a segunda planta de e-metanol de Suape. A primeira vai ser implantada pela empresa de origem dinamarquesa European Energy e vai demandar um investimento de cerca de R$ 2 bilhões. A informação foi confirmada pelo presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto.
Sustentável e verde, o e-metanol vai substituir o óleo bunker, de origem fóssil, usado para abastecer os navios. Algumas empresas que fazem o transporte marítimo já começaram a usar o e-metanol para descarbonizar as suas atividades, como a Maerks.
Para o e-metanol ser reconhecido como verde, a sua fabricação precisa ser feita a partir do hidrogênio verde, do CO2 verde, utilizando também energia limpa. Em Suape, a European Energy vai produzir o e-metanol a partir do hidrogênio verde, utilizando o CO2 verde, que será fornecido por empresas do setor sucroenergético de Pernambuco e Estados vizinhos, como o Grupo EQM.
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A previsão é de que as obras da planta da European Energy comecem em outubro próximo com a expectativa de entrar em operação em julho de 2028. Esta unidade vai se instalar num terreno de 10 hectares localizado nas proximidades do Estaleiro Atlântico Sul. A operação da fábrica vai gerar 40 postos fixos de trabalho, além de fortalecer a cadeia de fornecedores locais.
A planta de Suape da European Energy vai ser a primeira no Brasil a produzir este tipo de combustível. Na Dinamarca, a companhia iniciou a fabricação das primeiras toneladas de e-metanol, experimentalmente, em março último.
Nova planta de e-metanol
A nova planta vai usar um processo fabril diferente da European Energy. A empresa que está à frente do empreendimento chegou a prospectar a implantação de uma fábrica de e-metanol na Bahia, que não se consolidou. Pernambuco é um dos Estados que também estava na disputa pela planta.
Uma terceira empresa, a companhia francesa Arhyze chegou a assinar um memorando de entendimento com o Governo de Pernambuco para instalar uma nova planta de e-metanol em Suape, mas desistiu do empreendimento.
Estes combustíveis sustentáveis são apontados como os do futuro, porque vão contribuir para reduzir as emissões de carbono. As emissões de CO2 contribuem para o aquecimento global. No mundo inteiro, grandes empresas fixaram metas de reduzir essas emissões. O e-metanol já é usado por algumas companhias que fazem o transporte marítimo.
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