Países como China, Argentina, Chile e Uruguai, além dos que participam da União Europeia, anunciaram a suspensão da compra de frango do Brasil após o registro do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial do país. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o risco de transmissão em casos de importação não está no consumo, mas no contágio através da carcaça de animais contaminados.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), declarou que o risco está na contaminação sanitária dos plantéis comerciais, em possíveis casos de contato de animais vivos com carcaças contaminadas. Para o consumidor, não há risco pelo consumo porque o cozimento de carne de aves e ovos elimina o vírus H5N1, responsável pela doença. O risco de contaminação humana é baixo, sendo possível pelo contato direto com aves doentes ou ambientes contaminados.
O Brasil nunca registrou um caso de gripe aviária em humanos e o caso descoberto em uma granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul, foi o primeiro em uma granja comercial da história do país. Outros casos de infecção em aves são investigados no momento, incluindo na região metropolitana de Belo Horizonte, mas não há casos confirmados de infecção humana, nem em investigação.
Por que importações foram suspensas?
Maior exportador de frango no mundo, sendo o terceiro maior produtor, o Brasil vende a maioria da produção para a China, os Emirados Árabes e o Japão. Os casos de suspensão foram baseados nas regras sanitárias de cada país, que limitam as exportações.
Em casos como o da China, maior compradora do frango brasileiro, e da União Europeia, o protocolo acordado prevê a suspensão das compras automaticamente quando casos de gripe aviária atingem a produção comercial – o que ocorreu no Brasil. A suspensão chinesa já havia ocorrido em julho de 2024, devido a um foco da doença Newcastle, também no Rio Grande do Sul, quando o governo federal decretou emergência zoossanitária.