A dor de um pai emocionou os presentes durante a sessão da Câmara Municipal de Ubatuba, realizada na noite de terça-feira (13). Domício Silvestre Gomes utilizou a tribuna popular para relatar a morte do filho de 30 anos, ocorrida no dia 28 de abril, supostamente em decorrência de uma bactéria contraída no mar da praia do Perequê-Mirim, onde o jovem trabalhava em uma marina.
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De acordo com o relato, os primeiros sintomas surgiram no dia 22 de abril. O jovem procurou atendimento na Santa Casa de Ubatuba no dia 25, mas, segundo o pai, houve demora no acolhimento. Ele retornou ao hospital no dia 27 com dores na garganta e morreu no dia seguinte, enquanto a família tentava viabilizar sua transferência para outra unidade hospitalar. A causa da morte, conforme Domício, foi fasciíte necrosante — uma infecção bacteriana grave e de rápida evolução, que não teria sido diagnosticada a tempo.
“Pai, você tem 15 minutos para se despedir do seu filho”, teria sido o aviso dado pela equipe médica no momento em que a transferência foi autorizada, já sem chances de reversão do quadro clínico, contou Domício, visivelmente abalado.
O morador afirmou ainda conhecer ao menos outros casos semelhantes, envolvendo pessoas que também tiveram contato com águas de regiões poluídas. A fasciíte necrosante, popularmente conhecida como “bactéria come-carne”, provoca a destruição dos tecidos e pode levar à morte em pouco tempo.
Durante sua fala, o pai cobrou medidas urgentes das autoridades municipais, estaduais e da Sabesp, responsabilizando o despejo de esgoto sem tratamento nos rios que deságuam no mar pela possível contaminação. “Quantas pessoas mais vão precisar morrer para que algo seja feito?”, questionou.