Crédito: SMG International | As equipas de resgate chinesas realizam operações de resgate em Mandalay, Myanmar.

A catástrofe provocada pelos sismos de magnitude 7,7 e 6,4 que atingiram o centro de Mianmar na sexta-feira já provocou  mais de 2.000 vítimas mortais, segundo a junta militar no poder, com milhares de feridos e muitos ainda desaparecidos.

O coordenador humanitário e residente da ONU em Mianmar, Marcoluigi Corsi, expressou profundo pesar pelo elevado número de vítimas e destacou que a verdadeira dimensão do desastre ainda é incerta. “Este desastre agrava ainda mais uma crise já extrema e coloca em risco a resiliência das comunidades, já fragilizadas pelo conflito, deslocamento forçado e desastres anteriores”, afirmou.

A ONU e organizações parceiras estão a mobilizar apoio de emergência para as áreas afetadas, onde milhares de pessoas dormem ao relento, temendo réplicas, e sem condições de regressar a casa. As infraestruturas de comunicação e transporte estão gravemente danificadas, dificultando as operações de resgate. As equipas internacionais, vindas de cerca de 20 países, têm chegado ao país, mas a distribuição de ajuda enfrenta obstáculos devido aos danos nos aeroportos e à instabilidade política.

A resposta humanitária da ONU inclui a distribuição de abrigo, de medicamentos, de água potável e de saneamento. O Programa Alimentar Mundial (PAM) já iniciou a entrega de alimentos de emergência a 100.000 pessoas e planeia expandir a assistência para 800.000 nos próximos meses. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mobilizou três toneladas de provisões médicas e lançou um apelo urgente de 8 milhões de dólares para garantir cuidados médicos essenciais e prevenir surtos de doenças.

As mulheres, as crianças e os idosos estão entre os mais vulneráveis nesta crise. O Fundo de População da ONU (UNFPA) alertou para os riscos acrescidos que mulheres e raparigas enfrentam, incluindo a falta de acesso a serviços de saúde materna e o aumento da violência de género. A UNICEF também enfatizou a urgência de apoio a crianças, muitas das quais ainda estão desaparecidas ou separadas das suas famílias.

Enquanto o país enfrenta esta nova tragédia, a comunidade internacional apela à mobilização urgente de recursos para evitar uma deterioração ainda maior da crise. A ONU destacou que, além da resposta imediata, será crucial investir na resiliência das comunidades para enfrentar futuras catástrofes.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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