O recesso de fim de ano, que envolve as festas de Natal e Ano Novo, está chegando, e muita gente já começa a planejar viagens pelo Brasil para reunir a família ou aproveitar a folga para descansar. Para quem está pensando em pegar a estrada, o preço da gasolina é um fator essencial para se planejar, sobretudo nesse momento em que o preço médio do combustível continua em patamares elevados.
BR-101 tem gasolina mais cara
Quem vai viajar pelos estados do litoral do Sul, Sudeste e Nordeste talvez tenha que evitar a BR-101, se quiser economizar na gasolina. Essa foi a via com os preços mais altos em novembro, com média de R$ 6,29. No caso do etanol, a média foi em torno de R$ 4,64.
Os dados são do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), que observou o comportamento de preços nos postos de algumas das principais rodovias do país, como Régis Bittencourt, Via Dutra e Fernão Dias.
Já entre as menores médias, a gasolina mais barata ficou em R$ 6, encontrada na Presidente Dutra, que liga os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O etanol, por outro lado, foi visto com valor mais em conta na Régis Bittencourt — que vai de São Paulo ao Paraná — com valor de R$ 4,07 o litro, em novembro.
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Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil, explica o que leva a BR-101 a ter os preços mais altos:
— Esse fato pode ser explicado a partir de algumas variáveis, como uma menor infraestrutura logística e maior distância dos grandes centros de refino e distribuição. Já no caso da Dutra, a rodovia se destaca com os preços mais baixos devido à proximidade com refinarias, mais postos de abastecimento e uma maior competitividade, o que contribui para reduzir os custos e impacta os preços de maneira positiva no bolso do consumidor.
O litro da gasolina foi vendido no Brasil com a média de R$ 6,26 em novembro, mesmo valor registrado nos últimos três meses, enquanto o etanol teve o preço médio de R$ 4,22.
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Na análise regional, também feita pelo IPTL, a região com a gasolina mais barata foi o Sudeste, a R$ 6,14, mesmo valor de outubro.
SP tem a gasolina mais barata
Entre os estados, São Paulo teve o valor mais baixo: R$ 6,05. Quem viajar para o Norte, porém, vai encontrar os preços mais altos do combustível, que ficou em torno de R$ 6,79 por lá. O Acre foi o estado com maior média do país, que chegou a R$ 7,41.
O Norte também teve o etanol mais caro (R$ 4,97), com a maior média de R$ 5,39 no Amapá. Já a média mais baixa entre as regiões foi no Centro-Oeste, a R$ 4,12, e entre os estados em São Paulo, a R$ 4,00.
Se a intenção é aproveitar as praias do Nordeste nesse fim de ano, a média da gasolina lá ficou em R$ 6,34, e do etanol a R$ 4,60.
— No Sudeste, existe uma maior proximidade entre refinarias, portos e postos, bem como uma infraestrutura maior de transporte, fatores importantes para a redução do custo final dos combustíveis. A região Norte, por sua vez, possui custos de transporte e logística maiores, por ser mais afastada dos grandes centros de refino e distribuição do país. Além disso, a concorrência de postos no Sudeste, somada a possíveis diferenças de impostos e custos operacionais também são características que afetam o preço final na bomba de combustível — explica Pina.
Etanol ou gasolina: qual usar?
O engenheiro Mecânico e de Automóveis Marcio D’Agosto, professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, acredita que mesmo com preços mais baixos, nem sempre usar o etanol traz maior economia. Ele explica que o etanol só vale a pena se o valor dele for até 70% do preço da gasolina em real/litro, uma vez que o combustível vegetal tem 70% da eficiência energética da gasolina.
— Se você está em um lugar onde o etanol é, por exemplo, metade do preço da gasolina, ou 60% do preço da gasolina, melhor colocar etanol, que é um combustível renovável, com emissão nula de dióxido de carbono no uso final. Agora, se ele for mais caro, aí não vai compensar, porque a eficiência, no fim, acaba sendo parecida.
Pode usar ar-condicionado ?
Ao viajar de carro no verão, usar ou não o ar-condicionado pode ser uma questão para quem quer economizar na gasolina. D’Agosto explica que ao evitar usar o ar-condicionado, é possível chegar a reduções de consumo de energia de até 25%. No entanto, se a refrigeração for indispensável para fugir do calor, a dica é não deixar a ventoinha no máximo, e sim em uma gradação intermediária, para que o carro possa refrigerar devagar.
— Normalmente, se o veículo estiver parado no sol, exposto ao calor externo, é melhor você abrir os vidros, ligar o ar, deixar aquele ar quente que está dentro do veículo sair. Aí você o deixa ligado por uns dois ou três minutos. Depois, você fecha todos os vidros e mantém o ar-condicionado ligado na ventoinha. Normalmente, os veículos têm quatro gradações, você deixa no dois. É melhor deixar aqueles controles direcionadores do painel para cima, porque você joga o ar frio para cima e ele vai refrigerar integralmente o veículo — explica o engenheiro.
Ele acrescenta ainda que, diferentemente do que muitos pensam, não é exatamente andar em uma velocidade baixa que vai fazer o motorista economizar no combustível.
— O motorista deve tomar cuidado com o contagiro, aquele reloginho que tem no painel, que tem rotação RPM. O ideal é manter o veículo em torno de 2.000 RPMs para cada marcha.
Levar malas pesadas gasta muito combustível?
Diferentemente do que muitos pensam, o engenheiro explica que o peso influencia mais em veículos comerciais, como vans e caminhões. No caso de automóveis de passeio, as malas acrescentam no máximo 100 quilos a um veículo que já pesa uma tonelada.
— Se você vai viajar com cinco pessoas, mala cheia vai aumentar um pouco o consumo, mas não vai ser muito significativo, não chega a 5% — sugere D’Agosto.
Entre outras dicas para economizar na gasolina, o professor sugere calibrar os pneus, além de usar combustível de boa qualidade, ter os bicos injetores e velas de ignição limpos e regulados, trocar o filtro de ar do motor regularmente e o trocar filtro de combustível.