A Starship sofreu seu maior revés em anos. Duas explosões consecutivas geraram rumores de que algo está errado com as últimas melhorias de design da nave. Mesmo assim, Elon Musk rechaçou recentemente esses rumores à sua maneira, afirmando que o maior foguete do mundo será lançado para Marte no ano que vem.
Starship departs for Mars at the end of next year, carrying Optimus.
If those landings go well, then human landings may start as soon as 2029, although 2031 is more likely. https://t.co/JRBB95sgNN
— Elon Musk (@elonmusk) 15 de março de 2025
As datas são otimistas, mas não arbitrárias. As janelas de lançamento entre a Terra e Marte ocorrem a cada 26 meses, quando as posições relativas dos dois planetas permitem trajetórias mais eficientes com menor consumo de combustível. A próxima janela de lançamento será aberta em novembro de 2026 e a SpaceX planeja enviar cerca de cinco Starships não tripuladas para o Planeta Vermelho nela.
A espaçonave chegaria no nosso vizinho seis meses depois, pouco antes da data planejada para Artemis III, a primeira missão tripulada à Lua desde 1972. A Starship é uma parte fundamental da missão lunar da NASA e o maior contrato público de foguetes, mas Musk disse que a Lua é “uma distração” e que a prioridade da SpaceX é colonizar Marte, ainda mais por conta da entrada da China na corrida pelo Planeta Vermelho.
Entretanto, a Starship não está no seu melhor momento. O foguete de 123 metros de altura estreou uma nova versão de seu segundo estágio, Starship Block 2, em janeiro. Porém, as coisas não saíram como o planejado. No voo 7, oscilações desencadearam um vazamento de propelente, um incêndio no motor e, por fim, a desintegração da aeronave. No voo 8, um “evento energético” causou o desaparecimento de vários motores e levou à perda de controle da nave até à sua autodetonação.
O segundo acidente desencadeou uma série de vazamentos e rumores que colocaram em questão o redesenho da nave. Primeiro, uma fonte misteriosa vazou uma imagem da Starship 34, a aeronave do voo 8, com vários motores faltando após a explosão. Mais tarde, a mesma fonte afirmou que a causa raiz do problema era a mesma do voo anterior: vibrações nos tubos que transportam combustível e oxigênio para os motores a vácuo do Raptor (RVac), uma falha gritante de projeto.
De acordo com esse informante anônimo, as vibrações pioram à medida que os tanques esvaziam após a separação dos estágios. Quando os tanques estão cheios, o líquido ajuda a amortecer as vibrações, mas quando eles estão vazios, as vibrações aumentam a ponto de causar rompimentos de tubulações. Se for assim, esse problema ocorre no compartimento do motor, uma parte não pressurizada do foguete que a SpaceX chama de “aft” (ou popa) e que pode ser parcialmente redesenhada em versões futuras.
Apesar desses rumores, Elon Musk disse no X que o voo 8 foi um pequeno contratempo e que a Starship estaria pronta para voar novamente já a partir de abril.
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