Tóquio, Japão – Nos primeiros meses deste ano, mais de 20 casos de sarampo foram registrados em várias regiões do Japão, incluindo as províncias de Hyogo, Kanagawa, Aichi, Shizuoka e Gunma, informou a emissora NHK.
A maioria das infecções ocorreu entre pessoas que retornaram de viagens ao exterior, especialmente do Vietnã e das Filipinas. No entanto, também foram identificados casos em pessoas sem histórico recente de viagem internacional, sugerindo contaminação local após contato com infectados vindos de outros países.
O sarampo, chamado de mashin (麻疹) ou hashika (はしか) no Japão, é uma doença infecciosa viral altamente contagiosa, que pode se espalhar por gotículas respiratórias, contato direto e até mesmo pelo ar. Os sintomas incluem febre, tosse e erupções cutâneas.
Até agora, em 2025, o Japão registrou 22 casos, sendo 15 deles atribuídos a infecções contraídas fora do país. Algumas pessoas infectadas utilizaram meios de transporte público durante o período em que já poderiam transmitir a doença, o que levou as autoridades a alertarem para o risco de propagação.
Especialistas recomendam que quem pretende viajar para países onde o sarampo está em circulação verifique seu histórico de imunização e considere tomar a vacina, caso necessário.
Já para quem apresentar sintomas como febre e erupções cutâneas após o retorno ao Japão, as autoridades de saúde orientam a evitar o uso de transporte público e a entrar em contato com um médico ou centro de saúde antes da consulta presencial, a fim de prevenir a disseminação do vírus.
Apesar de o Japão ser considerado um país em “estado de eliminação” do sarampo, ou seja, sem circulação endêmica do vírus, os recentes casos demonstram a importância de vigilância contínua e vacinação adequada, principalmente em contextos de viagens internacionais.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida pelo ar, gotículas de saliva e contato direto. Devido à sua extrema facilidade de contágio, pessoas sem imunidade podem ser infectadas apenas por estarem no mesmo ambiente que alguém doente.
Principais sintomas e complicações:
- Febre alta (que pode chegar a 40°C e durar de 3 a 4 dias)
- Tosse
- Erupções cutâneas (aparecem alguns dias após o início da febre)
- Conjuntivite
Em alguns casos, pode haver complicações graves, como pneumonia e encefalite (inflamação no cérebro), que pode afetar 1 a cada 1.000 infectados. De acordo com o CDC (EUA), de cada 1.000 crianças infectadas, entre 1 e 3 podem morrer por complicações respiratórias ou neurológicas.
Além disso, mesmo após a recuperação, existe um risco raro, porém grave, de desenvolver SSPE (Panencefalite Esclerosante Subaguda) anos depois, especialmente em quem contraiu o vírus com menos de 2 anos. Essa condição afeta o sistema nervoso central e é fatal.
Prevenção
Não há cura específica para o sarampo, apenas tratamento dos sintomas. Por isso, a vacinação é essencial. No Japão, a vacina combinada contra sarampo e rubéola (MR) é oferecida gratuitamente em duas doses: entre 1 e 2 anos de idade e antes da entrada na escola, entre 5 e 7 anos.
Orientações médicas
Se houver suspeita de infecção, o Ministério da Saúde recomenda ligar antes para o hospital ou clínica, seguir as orientações e evitar o uso de transporte público ao se deslocar para a consulta, a fim de prevenir a disseminação do vírus.
Foto: iStockphoto
CONTINUAR A LER