Um desastre ambiental sem precedentes

O Ministério do Meio Ambiente, Água e Transição Ecológica do Equador confirmou que o Refúgio de Vida Silvestre Manglares Estuário Rio Esmeraldas foi gravemente afetado por um derramamento de petróleo ocorrido na quinta-feira passada. A substância contaminou os canais da área protegida, comprometendo a vegetação, a fauna e os sedimentos aquáticos.

A causa do desastre foi a ruptura do Sistema de Oleoduto Transequatoriano (Sote), provocada por um deslizamento de terra decorrente das fortes chuvas na região de El Vergel, no município de Quinindé. Ainda não há informação oficial sobre a quantidade de petróleo vazado, mas os impactos já são alarmantes.

Medidas emergenciais para conter os danos

Diante da gravidade da situação, o governo equatoriano determinou que a empresa pública Petroecuador, responsável pelo oleoduto, adote imediatamente medidas de contenção, limpeza e recuperação da área impactada. O objetivo é mitigar os danos ambientais e restaurar as condições ecológicas da região.

Além disso, foi recomendada a ativação de planos de monitoramento, avaliação de riscos e reforço dos protocolos de segurança na infraestrutura do oleoduto. O presidente Daniel Noboa anunciou a criação de um fundo especial para financiar tanto a remediação ambiental quanto a assistência às famílias impactadas.

Comunidades afetadas e riscos ambientais

O vazamento de petróleo no rio Esmeraldas está afetando diretamente milhares de pessoas, especialmente comunidades afrodescendentes históricas da região, que dependem do rio para o abastecimento de água e sustento. O impacto ecológico também é preocupante, com risco de danos permanentes à biodiversidade local.

O Comitê de Operações de Emergência (COE) identificou a zona mais crítica no setor de El Vergel-El Mirador, em Quinindé. A cidade de Esmeraldas, capital da província homônima, decretou estado de emergência devido à contaminação do rio, sua principal fonte hídrica.

Mobilização para conter a tragédia

Equipes compostas por técnicos da Petroecuador, engenheiros do Exército, operários do Oleoduto de Crudos Pesados (OCP) e especialistas em recuperação ambiental estão trabalhando incansavelmente na área afetada. O principal foco é impedir que a mancha de óleo chegue ao mar, agravando ainda mais a situação.

No porto de Esmeraldas, embarcações utilizam dispersantes químicos e técnicas mecânicas para reduzir a contaminação. Paralelamente, as autoridades reforçam as estruturas do talude para estabilizar a área da ruptura e permitir a reparação do oleoduto.

Chuvas intensas agravam a situação

Desde o início do ano, o Equador tem sido atingido por chuvas torrenciais, que já causaram a morte de 19 pessoas, afetaram mais de 104 mil e destruíram 130 moradias em todo o país. As condições climáticas adversas estão dificultando os trabalhos de contenção e aumentando o risco de novos deslizamentos.

O desastre ambiental causado pelo vazamento de petróleo representa uma crise sem precedentes para o Equador, exigindo resposta rápida e eficaz das autoridades. A recuperação do ecossistema e o apoio às comunidades afetadas serão desafios que demandarão esforços de longo prazo.

 

Fonte: Infobae

 

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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