O julgamento da mineradora BHP em Londres, referente ao rompimento da barragem de Mariana, teve um importante avanço com a entrega das alegações finais, tanto da defesa quanto da acusação, no dia 13 de março. A decisão do tribunal, que pode ser divulgada entre junho e julho, será crucial para determinar a responsabilidade da empresa, com expectativa de que a indenização seja calculada entre 2026 e 2027. O escritório Pogust Goodhead, que representa as vítimas, está confiante de que parte do valor poderá ser pago antes. O valor da indenização solicitado gira em torno de R$ 260 bilhões, abrangendo danos materiais, psicológicos e ambientais causados pelo desastre.
A tragédia do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, deixou 19 mortos e causou enormes danos ambientais e sociais. O desastre afetou comunidades em Minas Gerais e no Espírito Santo, com a destruição de vilarejos e a contaminação da Bacia do Rio Doce. As vítimas aguardam há quase uma década por justiça, com alguns familiares demonstrando confiança no processo judicial que está prestes a chegar a uma conclusão. A expectativa é de que, caso a empresa seja condenada, as indenizações sejam mais rápidas e superiores às oferecidas em acordos no Brasil, que já destinaram bilhões de reais para reparação.
A BHP, por sua vez, reiterou seu compromisso com as comunidades afetadas, destacando os esforços realizados para reparar os danos no Brasil, incluindo a assistência a cerca de 432 mil pessoas e a implementação de um acordo de R$ 170 bilhões para reparação. A mineradora defende sua atuação, afirmando que a segurança foi sempre uma prioridade e que os acordos firmados no Brasil são o melhor caminho para uma compensação justa. A empresa também reafirma sua confiança na defesa jurídica que está sendo realizada no Reino Unido, apesar da crescente pressão sobre o caso.